sábado, 18 de maio de 2013

Big

Todos os dias, temos nossos desejos aguçados pela mídia, em comerciais que nos tornam consumidores de produtos nem sempre satisfatórios, mas  que precisamos adquiri-los para fazer parte desta globalização sem sentido, que nos escraviza. Você assiste a algum comercial de produtos alimentares e eles nos são apresentados espetacularmente, enchendo nossos olhos e despertando desejos loucos de experimentá-los. A imagem é mais importante do que o sabor ou cheiro do alimento. Principalmente as redes de fast food exploram muito bem em seus comerciais este truque de marketing. Ao entrarmos em tais estabelecimentos e visualizar as imagens dos produtos nos cartazes, principalmente dos sanduíches e lanches em geral, ficamos desejosos de consumi-los. Quando recebemos o lanche, vemos que o produto, que consumiremos deixa muito a desejar daqueles, que estão com suas imagens estampadas em cartazes e banners espalhados pela loja, seja na apresentação, tamanho, sabor, etc. Um dia destes, no centro da cidade de  Porto Alegre, fui com um dos meus filhos a uma  loja de uma lanchonete americana famosa, desejo e muita insistência dele. Lá tivemos que aguardar em uma fila para pedir, praticar nosso inglês e pagar, e em outra para pegar os lanches. Na hora de saboreá- los, tivemos que ir ao segundo andar do prédio, subindo uma escada, cada um de nós equilibrando uma bandeja, tomando todo o cuidado para que o lanche não caísse ou o copo de refrigerante virasse. Sem falar no preço alto dos lanches. Foi um ritual cansativo, como se para degustar tais produtos fosse para nós algo obrigatório, o preço a pagar, além do valor desembolsado pelos lanches. O local estava lotado, assim como nós, pessoas passavam pela mesma situação. Como já disse antes, fiz apenas a vontade de meu filho, e é claro depois de muita insistência dele, levei-o ao local a que ele desejava ir para acompanhar a tendência dos jovens seduzidos pela mídia, como se tal ato fizesse dele um membro de uma tribo global, cidadão do mundo. Olhando os  banners e cartazes expostos, alguns deles com imagens do mesmo sanduíche que comia, se ele fosse que nem os das fotos, não caberia na embalagem e eu ficaria com certeza mais satisfeito, que o produto que saboreava, indignado pela situação, que me levou a este momento alimentar. Estava  decepcionado com o meu sanduíche, queria um que nem o da foto. Como nossas fomes estavam a incomodar, pedimos dois “big alguma coisa”. Pelo que sei “big” é grande em inglês, mas os que comemos eram do tamanho da palavra na língua estrangeira e não o que ela expressa na tradução literal. Ao sair do local, olhei para as filas e lá estavam pessoas se sacrificando para comer os produtos da moda. Que absurdo....Antes de voltarmos para nossa cidade, quase uma hora após lancharmos, perguntei para meu filho se ele estava com fome, disse que sim.. Levei ele em uma lanchonete “comum” e comemos, cada um,  um pastel apetitoso , que nos aplacou a fome para a viagem de retorno, pela  terça parte do que havíamos pago antes, na lanchonete “americana”. Você, com certeza, já viu aqueles comerciais na televisão com os pratos prontos, sendo servidos e consumidos por atores felizes pela apresentação e sabor, um exemplo são as  ditas lasanhas e pizzas prontas e congeladas, que praticidade é só descongelar e colocar no forno. Até aí tudo bem, na hora de servi-las e comê-las, nos damos conta, que nem de longe se parecem com as que vimos no comercial televisivo. Nestes casos, onde está o Código de Defesa do Consumidor, nós clientes somos iludidos toda hora por estes produtos apresentados em propagandas enganosas...Não comemos com os olhos e sim com a boca, degustando o sabor...

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