Chegamos
ao Século XXI
Algumas
pessoas, assim como eu, nasceram no século passado. Entramos e
estamos, agora, vivendo no tão sonhado e esperado século XXI. O
mundo não acabou, não vimos a face do Criador e nem descobrimos
endereço de sua morada. Ainda não temos certeza se somos a única
forma de vida inteligente existente no universo, para onde vamos após
nossa morte, ou se lá seremos felizes ou punidos. Enfim, continuamos
ainda sem muitas respostas. Por outro lado, muitas coisas deixaram de
existir, outras mudaram e outras tantas surgiram. Jamais, em meu
tempo de criança, imaginaria o computador, a internet, o livro
digital, o videogame, a diversidade de carros em circulação, os
avanços na medicina, etc. Penso que, toda a criança daqueles
tempos, do século passado, anos 70, 80, assim como eu, o que mais
desejava era se tornar adulto, participar, ser ouvido e dar opinião
nas questões da família, dos acontecimentos e do mundo. Quando os
adultos conversavam, nós, os menores, éramos afastados, não
podíamos nem ouvir o que os “maiores” diziam. E, também,
respeitávamos nossos professores, nos dirigíamos a eles chamando-os
de senhores. Daqueles tempos, lembro-me da conga, do kichute, do jogo
de tacos, de bolitas, das peladas ( jogo de futebol em algum terreno
baldio ou até mesmo no meio da rua), das brincadeiras de bandidos e
mocinhos, quando armas de brinquedos eram usadas - hoje são
veementes proibidas, medida esta que apoio. Era o tempo da descoberta
dos livros, da leitura dos clássicos, de viajar naquelas páginas,
saber que o mundo ia muito mais além do simples lugar em que
vivíamos. E, ainda, tempo das primeiras paixões inocentes e
enlouquecedoras, do uso do mimeógrafo nas escolas, da máquina de
escrever, da televisão em preto e branco, do filme fotográfico,
entre outros. Os objetos tinham uma vida mais longa. Hoje, tudo é
descartado rapidamente e substituído por uma infinidade de produtos
semelhantes, com design, marcas e preços diversos. Hoje, nossos
filhos vivem outra realidade, como os filhos deles viverão em outro
tempo. A ciência evolui constantemente, assim como nossos
pensamentos. Novos conhecimentos são adquiridos, novas invenções e
descobertas virão. A vontade de ser adulto, chegar aos 18 anos, era
o objetivo de todos nós, naqueles tempos. Éramos considerados
infantis, para podermos trabalhar, termos a liberdade sonhada,
mandarmos no nosso próprio nariz, termos as rédeas de nossas vidas.
Mas, viramos maiores de idade e começamos a temer a velhice, o
avançar dos anos. Hoje, sou adulto, 46 anos, já não temo mais
ficar velho. O avanço da idade nos torna mais sábios, mais
exigentes no nosso modo de vida. Buscamos qualidade, seja nos
relacionamentos, seja nos prazeres da vida. A velhice não pode ser
driblada fisicamente, mas pode ser, sim, na forma de pensar e viver.
Isso, sim, faz a diferença para as pessoas. O modo de ser e ver a
vida. Vamos desfrutar das coisas que aí estão, no campo
tecnológico, na medicina, no conforto proporcionado pelo novo tempo
em que vivemos. Vivamos o século XXI na esperança de que nossos
filhos e seus descendentes melhorem este mundo.
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