Tragédias Anunciadas
Foi
lamentável o desfecho do cárcere privado que ocorreu na cidade de
Sapucaia do Sul, tendo durado em torno de 20 horas. A mulher está
hospitalizada em estado grave e o agressor acabou se matando. Ela
possuía medidas protetivas contra ele. Havia procurado a Delegacia
de Polícia, registrado BO contra o ex- companheiro e solicitado
medidas protetivas, o que foi concedido pelo Judiciário. Mas, ao ser
procurada por ele, que dizia estar deprimido, e precisando conversar
com ela, acabou cedendo, permitindo a entrada dele em sua casa. E deu
no que deu. A lei Maria da Penha, assim como a medida protetiva,
existe, justamente, para preservar a vítima. Se a mulher que sofreu
a violência doméstica, para sua proteção, solicitou tais medidas
é porque a situação estava insuportável e já se anunciava uma
tragédia em sua vida. O Estado não tem condições humanas para dar
proteção à mulher nas 24 horas do dia. A Brigada Militar,
inteligentemente, criou, há alguns dias, a patrulha Maria da Penha.
Esse serviço, já disponibilizado em algumas cidades, e que será
implantado em outras, tem como objetivo fornecer segurança para a
mulher. Uma viatura visita as vítimas e vê se tudo está bem. A
maioria das Delegacias de Polícia, onde não há uma específica
para o atendimento da mulher, possui postos ou cartórios para isso.
O judiciário e o MP, também, estão comprometidos com a segurança
da mulher, vítima da violência praticada por seus maridos,
companheiros ou namorados. Voltando à situação de Sapucaia do Sul,
acredito que a Brigada Militar agiu certo, fez de tudo para preservar
as vidas, neste caso. Mas, o que o agressor acabou fazendo não podia
ser previsto. Tanto é assim que, quando os policiais invadiram o
local, ainda conseguiram salvar a mulher que se encontrava em risco
de vida. Os homens, que assim agem, veem suas mulheres como objetos
que lhes pertencem e com elas podem fazer o que quiserem. As coitadas
se cansam da situação em que vivem e acabam dando um basta para a
vida infeliz que levam. E eles não desistem facilmente. Alguns, em
um primeiro momento, tentam mostrar que estão arrependidos e, como
nada conseguem, partem para as ameaças. Como elas, agora querem
recomeçar suas vidas, serem felizes, o agressor se sente incomodado
com isso e acabam as matando, em alguns casos. A toda hora, tomamos
conhecimento dessas tragédias que nos mostram que estavam sendo
anunciadas. Basta olhar os históricos desses fatos. Ninguém é
propriedade de alguém. O que mantém uma relação amorosa saudável
é o respeito e o amor. Se um acaba, a relação não dará mais
certo e ambos têm o direito de recomeçarem suas vidas. Em briga de
marido e mulher...devemos sim meter a “colher” para salvar vidas,
dar uma oportunidade para a vítima poder seguir com sua vida.
publicada no Jornal Ibiá- Montenegro RS, 07/06/2013, pg 4
publicada no Jornal Ibiá- Montenegro RS, 07/06/2013, pg 4
Nenhum comentário:
Postar um comentário